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Quem é Lord Shiva?

Se existe uma maneira de apresentar Lord Shiva, é através de seu aspecto mais conhecido: o “Deus renovador”, embora seja mais conhecido como “o Deus destruidor”. Essa tradução, porém, deixa a desejar sobre sua real tarefa no universo que é ser a ligação entre a humanidade e espiritualidade.

Para uma compreensão mais adequada sobre Shiva, a de se entender um pouco sobre o Hinduísmo. A religião tem mais de 5 mil anos e teve início na união de diversas culturas, crenças e tradições, como a cultura Védica. Contrário do senso comum, o Hinduísmo é uma religião basicamente monoteísta, onde o Deus supremo, infinito e indefinível é chamado de Brahman. E é essa energia suprema chamada de Brahman que se manifesta de uma forma mais compreensível a nosso intelecto humano, como outros três Deuses: Brahma, Shiva e Vishnu (chamados de Trimurti).

A partir desse princípio, dentro do próprio hinduísmo, existe a vertente que exaltará Brahma como Deus original e supremo. Outra linhagem exaltará Vishnu. Uma outra, Shiva. E outra ainda as Shaktis, voltado à adoração a Divina Mãe como única divindade absoluta. Independente da linhagem a ser seguida, o comum entre todas elas é que Brahma é a força criadora de Brahman; Vishnu é o mantenedor dessa criação; Shiva é quem ensina ao coração de todas as coisas o meio pelo qual se retornar a essência suprema. “Nenhum homem poderá se aproximar da essência divina, se seu coração não estiver puro, limpo e se este não merecer por seus créditos, a graça de Sua visão”. É Shiva então, o responsável por purificar a criação.

Para trazer a todos essa purificação, é necessário que a compreensão de que a pureza, a misericórdia, a ternura e o amor fazem parte do caminho para esse desenvolvimento. Shiva nos ensina sobre a disciplina e libertação através de seu próprio comportamento e condutas: meditou e forçou-se a passar por todas as experiências possíveis, inclusive encarnando entre os homens diversas vezes para que pudesse sentir exatamente como nós sentimos, a fim de que pudesse aprender de maneira completa e verdadeira como auxiliar os seres vivos.

Sua conduta consistiu em aprender os caminhos de todas as coisas de maneira integra. Aprendeu a dominar seus desejos de forma plena. Criador da Yoga, Shiva, está próximo de nossa natureza, a ele cabe o papel de fazer o ser vivo identificar-se com sua parte material.

No Shivaismo, representa o Deus Supremo, o pacífico, o benevolente, onde reside a alegria e a transcendência. Através dele e seguindo seus ensinamentos, podemos construir uma maneira segura para entender sobre a espiritualidade, transcendermos e voltaremos ao Todo.

Todos os adornos, vestimentas e características de Shiva remetem as suas muitas histórias de como aprendeu a purificar-se, para que pudesse purificar a criação de Brahma:

O tridente como arma
O tridente de Shiva é chamado de Trishula, e era a arma utilizada por Shiva na forma de Pashupati (o senhor dos animais). Na condição de renovador, utiliza desta arma para destruir os inimigos. Contudo, uma passagem comentada inclusive por Srila Prabhupada, diz “Shiva é descrito como o melhor dos cavalheiros, porque não tem inveja de ninguém. É igual com todas as entidades vivas e demais boas qualidades estão presentes em sua personalidade.

Ninguém pode ser inimigo dele, pois é tão pacifico e renunciado que nem mesmo constrói uma casa”.

Então que inimigo é esse que Shiva utiliza sua poderosa arma? Esse inimigo é a ignorância dentro de cada ser, que deve ser destruída para que algo novo possa ser construído.

 

Lingam
Linga ou Lingam é o símbolo da criação de Shiva, da força vital, da energia criadora masculina que está presente no universo. É comum encontrar diversos textos trazendo a tradução de Linga como ‘Pênis’, superficializando assim sua profundidade e exaltando apenas a conotação sexual. A tradução para o sânscrito de pênis seria ‘naranga’ ou ‘sisna’ e não ‘linga’. Em algum contexto específico pode-se associar Linga ao órgão genital masculino, mas sua tradução evidencia aspectos muito mais amplos, algo como ‘vara de luz’ ou ‘coluna de sustentação’. Tais significados deixam bem mais próximos ao aspecto de energia de criação propriamente dito que a sexualidade envolvida em um órgão reprodutor. Reverenciar uma Linga é o mesmo que reverenciar a Shiva. A representação de uma haste vertical depositada sobre uma bacia representa a junção da energia primordial masculina na energia primordial feminina, gerando a criação completa. O Linga (haste vertical) representa essa energia masculina, que repousa sobre a ‘Yoni’, um receptáculo horizontal representando a energia feminina. Por sua vez, Yoni significa fonte, origem ou morada e assim como o Linga, pode ser associada a um órgão reprodutor feminino.

Cabelos, terceiro olho e lua crescente
Segundo a lenda, Shiva nunca cortou seus cabelos, representação de poder e energia. Em seu cabelo pode ser vistos um jato de água e uma lua crescente. O jato de água representa a Deusa Ganga. 

Os Ascetas (nos tempos das Upanishads, eram os buscadores que renunciavam a sociedade convencional e passavam a viver as margens da mesma) meditavam e estavam em sua busca espiritual. Mas sua busca e meditação eram sempre interrompidos pelos Asuras (espécie de energia exatamente oposta aos deuses, futuramente associada a demônios pela própria tradição hindu), que insistiam em lhes atrapalhar sussurrando coisas em seus ouvidos. Quando os Ascetas iam atrás dos Asuras, estes se escondiam nas águas dos oceanos. Os Ascetas procuraram uma solução com um sábio, de nome Avastia, que por sua vez, bebeu todo o oceano, livrando o mundo dos Asuras. Os ascetas então procuraram outro sábio, de nome Bhagirata, que pediu a deusa Ganga para vir a terra e trazer novamente as águas ao mundo. Ganga porém, advertiu que sua força seria muito grande para o mundo dos homens, destruindo tudo que tocasse. Foi então que Shiva dispôs-se a aparar Ganga, que desceu em sua cabeça e emaranhou-se em seus cabelos. Shiva então retirou-se para meditar. Bhagirata pediu então a Shiva, que este liberasse Ganga. Shiva então, nos himalayas, desenrolou seus cabelos e Ganga foi descendo com suavidade, abençoando novamente o mundo com suas águas.

Ainda nos cabelos de Shiva vê-se uma cabeça, que é a quinta cabeça de Brahma. Certa vez Vishnu e Brahma entraram em uma discussão que punha o universo em perigo. Outras deidades pediram a intervenção de Shiva, que pôs-se entre Vishnu e Brahma em forma de uma Lingam gigantesca. Propôs que aquele que encontrasse o final dessa Linguam seria o vencedor da discussão. Vishnu na forma de um javali, cavou para procurar o final da Linguam pela terra. Brahma em forma de Cisne, voou para procurar o final da Linguam pelo céus. Vishnu e Brahma desprenderam grande esforço, porém sem sucesso. Brahma decidiu por fim ao embate quando avistou uma flor, já muito longe de onde havia começado sua busca, e combinou com essa flor que ela afirmasse que fora achada no final da Lingam.

Brahma voltou a Shiva com a flor, que corroborou sua história de ter sido encontrada no final da Linguam. Shiva irritadíssimo com a mentira, arrancou uma das cabeças de Brahma, fazendo este ficar irreconhecível, perdendo assim seus devotos e deixando-o impossibilitado de ser adorado. Essa passagem (uma das muitas versões encontradas), mostra o motivo de Brahma ser uma deidade muito respeitada, mas pouco adorada na Índia (outras vertentes irão utilizar a premissa de que Brahma já construiu o universo, portanto se voltar a ser adorado, ele automaticamente construirá outro universo; o que geraria –por conseqüência- a destruição deste universo).

A lua crescente por si, energeticamente, representa agilidade aos acontecimentos. Ainda não a totalidade de uma forma definida, mas a matriz do crescimento e as possibilidades do progresso. Além disso a lua influencia as emoções humanas e uma série de fatores físicos ao planeta. Portanto Shiva ostentar uma lua crescente simboliza não só seu poder de criação após a destruição, como também sua superação emocional, não sendo manipulado pelas mudanças convencionais dos humores humanos.

Serpentes e vestimenta de tigre
É muito comum encontrar o simbolismo das serpentes em volta de Shiva representarem a imortalidade. Aquele que veste-se tranqüilamente com as mais mortais das serpentes deixa claro seu domínio sobre a morte. Porém, outras histórias apresentam um horizonte mais amplo para a ligação de Shiva com as serpentes. Numa dessas histórias, conta que o Rei dos demônios ficou deveras incomodado com os poderes e sabedoria de Shiva, enviando um de seus súditos na forma de uma víbora peçonhenta para mata-lo. Antes porém que a serpente o mordesse, Shiva (que também é o ‘Senhor dos Animais’), pegou-a com a mão e a domou, colocando-a ao redor de seu pescoço e tornando a serpente sua amiga e companheira fiel. Essa historia evidenciaria a agilidade e destreza mental de Shiva sobre a morte, mas estaria incompleta sem dizer que em outra passagem, quando Shiva descia do monte Kailash, contemplava todas as criações de seu irmão Brahma. Observou o leão, respeitado por seu porte, firmeza e ferocidade. Admirou-se com o tigre, a águia, com os peixes e com todas as belas criaturas que Brahma concedeu formas tão magníficas e engenhosas. Havia ao menos um motivo para tornar todos essas criações queridas e admiráveis. Porém, o rei das serpentes, Takshaka, queixou-se a Shiva: “Ó Senhor da Piedade, ninguem nos quer! Homens nos caçam a fim de nos exterminar, assim como todos os outros animais. Não há nesse reino criatura mais desditosa que o réptil!”.

Shiva com amor e compreensão, abraçou-as e lhes disse: “-Como ninguemvos ama, dar-vos-ei meu coração e proteger-vos-ei com meu zelo.”.
Para que ninguém ousasse ataca-las, acolheu-as junto a si. Enroscando-se em seu pescoço, braços e cabeça, as serpentes encontraram então um lugar para serem admiradas e amadas.

Portanto a representação de que Shiva alcançou a imortalidade por dominar as serpentes não é meramente por ter uma força física ou intelecto mais apurado, dominando um súdito do Rei dos demônios, mas sim porque que é o Senhor que dominou a morte através do amor infinito e misericordioso, dando abrigo aqueles que o mundo rejeitou. Pois toda a criação tem em si depositada a essência divina, portanto, merece ser respeitada. Assim, Shiva ama também os que pareçam maus, pois logo serão perfeitos, assim que “descobrirem ser realmente o que são, isto é, filhos da criação celestial”. Como o Rei dos demônios, que descontente com a derrota de seu súdito em forma de serpente, enviou outro demônio ainda mais forte em forma de tigre. A luta de fato foi mais feroz, fazendo Shiva dar-se conta de que aquele animal não poderia ser domado como a serpente. Ele não iria cessar seu ataque, a única possibilidade seria cessar a vida do animal. E assim Shiva o fez. Porém, misericordioso, honrou seu combatente utilizando sua pele para confeccionar para si sua vestimenta. O tigre é uma analogia a representação da arrogância e do ego e de como nós nos vestimos de aparências (tigre/ego) para nos relacionarmos com as outras pessoas. Shiva utilizar essa vestimenta e sentar-se sobre a pele sem conteúdo do ego é a forma de mostrar como devemos nos portar, reconhecendo o ego, mas retirando seu conteúdo, e utilizando sua roupagem de maneira a nos servir com um propósito justo.

 

O Touro Nandi
Praticamente todos os Deuses hindus trazem consigo uma montaria, que não só os locomovem como representam determinadas características de atuação daquela deidade. Shiva utiliza como transporte um touro branco de nome Nandi, que pode ser traduzido como ‘Alegre’ e que representa a pureza e a religião. Contudo, Nandi não é apenas sua montaria, é também seu principal discípulo, protetor do monte Kailash, guardião de Shiva e Parvati e comandante dos exércitos de Shiva. Ao entrar em um templo dedicado a Shiva, convém primeiro pedir licença e autorização de Nandi esclarecendo o motivo de sua visita ao templo, pois é Nandi quem se encarrega de fazer os preparativos para que a conexão com Shiva seja eficiente. Existem templos dedicados somente a Nandi onde sua figuração tem aparência próxima a Shiva mas com cabeça de touro, segurando um machado (Parashu) e um Mriga (Antílope) e é chamado por Nandikeswara.

Nandi é um devoto tão fiel a Shiva que certa vez pôs-se até mesmo contra sua esposa Parvati, num jogo de dados onde era o arbitro. Mesmo Shiva perdendo o jogo Nandi o declarou vencedor, irritando Parvati que, furiosa, rogou uma praga que o adoeceria e levaria-o a morte. Nandi pediu perdão a Parvati dizendo: “Desculpe-me Mãe, mas não devo eu, demonstrar toda minha gratidão ao meu mestre e Senhor? Para manter a honra de meu mestre proferi uma mentira pois seria humilhante declarar que meu mestre perdeu o jogo. Sou merecedor de tal punição por uma ofensa pequena assim? Parvati perdoou Nandi com a condição de que no dia do aniversário de Ganesha, esse oferecesse como presente o artigo que mais gosta. Nandi adorou então Ganesha oferecendo o que ele mais gostava, grama verde.


Terceiro olho
Dentre diversas culturas a manifestação do terceiro olho é associada a visão espiritual apurada, abertura de uma consciência elevada e expansão da aura, tido em algumas vertentes como o sendo a extremidade da glândula pineal. A importância da glândula pineal em relação a espiritualidade já foi retratada até mesmo no antigo Egito, representada pelo olho de Horus. Isso porque segundo a lenda Horus teve seu olho arrancado numa luta com Seth e em seu lugar fora colocado um amuleto que lhe conferia uma visão ampla e total sobre as coisas, assim como a pineal é a chave de ligação de nosso corpo físico com o mundo espiritual.

Dentro de outra ordem, é conhecido como ‘O olho que tudo vê’, simbolizando o “Grande Arquiteto do Universo”. Ou ainda dentro do Budismo é o ponto AJNA, que confere inteligência superior.

No Hinduísmo corresponde a intuição, percepção e desenvolvimento do conhecimento. E é através do conhecimento que pode-se transcender e chegar a iluminação. E sendo esse ponto energético o responsável por trazer uma sabedoria completa, uma percepção apurada e uma intuição completa, é capaz de trazer renovação. Logo, o terceiro olho em Shiva representa a manifestação de seu poder de todos esse aspectos, culminando na capacidade de manter, destruir e recriar o universo.

O Terceiro olho de Shiva é explicado em Sri Shiva Tattva (o livro sobre o Senhor Shiva) como “o olho frontal, oolho de fogo, o olho da percepção superior. Ele olha principalmente dentro de si, mas quando é direcionado ao mundo externo, queima tudo que vê. Foi por um olhar do terceiro olho que Kama, a divindade do amor, foi transformado em cinzas e por esse olhar os deuses e todos os seres criados são destruídos em cada ciclo periódico do universo”.

Damaru ou Damru – o Tambor da criação
Toda a matéria está em movimento. Esse movimento é reverbera sempre em forma de vibrações. Em forma de som! A ciência moderna constatou que a única coisa que mantém os átomos unidos é a energia que estes carregam. Quando essa energia desaparece, os átomos se dissipam e aniquilam a forma que sustentavam. Sendo assim, sem o movimento, sem a energia, sem essa vibração, não é possível existir forma, apenas um amontoado de átomos flutuando inertes numa imensidão sem fim.

O Damaru, esse tambor em forma de ampulheta, é o tambor marca esse ritmo do universo. Através de seu toque que o universo é constantemente mantido. Acreditasse que Shiva está sempre tocando o Damaru, responsável por manter toda essa vibração no universo. Quando Shiva para de toca-lo para ajustar seu som, toda a vida é interrompida, voltando a vibrar apenas quando Shiva retorna produzir o som do Damaru.

Kamandalu de Amrita
Kamandalu nada mais é que um vasilhame de metal comumente utilizado para guardar água.  Amrita por sua vez é um sinônimo de “Soma”, que significam ‘néctar’, ’imortal’, ‘sem morte’. Numa tradução livre “Néctar da Imortalidade”.

A representação desse objeto é bem simples quanto óbvia, Shiva guarda nesse receptáculo a chave de sua imortalidade, a bebida Amrita.
A Amrita é a água da vida que nos tempos imemoriáveis, era produzida através da agitação do oceano pela própria reverberação dos deuses e asuras. Através da Amrita que todos os deuses adquiriam a imortalidade, pois ao contrário do que se pensa, todos os deuses são mortais. Apenas aquele acima de todos, inominável e incompreensível é imortal.

Dentro dos vedas pode-se encontrar a seguinte passagem quando os deuses pedem ajuda a Vishnu para restabelecerem suas forças, cansados pelas batalhas com os asuras: “Em união pacífica com seus inimigos, colham todas as plantas e ervas das mais diversas espécies de todo o lugar, misturando-as em um mar leitoso. Levem a montanha Mandara e com uma vara, tornem Vasuki, a Serpente em uma corda. No oceano juntem tudo para produzir a bebida fonte de força e imortalidade.” Existem 114 hinos nos vedas exaltando as qualidades dessa bebida, assim como a indicação de sua feitura, que consistia dos sacerdotes, por exemplo, esmagarem plantas com pedras, filtrarem seu sumo com lã de ovelha e  misturar com muitos outros ingredientes, como o leite de vaca.

Essa bebida tão sagrada ainda é um grande segredo muito bem guardado e conhecido por poucos sábios. Porém a ritualística do Soma ainda é viva na cultura hindu e com algum empenho e estudo, consegue-se chegar a esse conhecimento. No ocidente existem diversas ritualísticas similares a ritualística do soma, contendo as matérias primas próprias de sua localidade. O conhecido chá ‘Ayahuasca’ nascido em culturas antigas como as indígenas, é um exemplo de ritualística próxima ao que é feito dentro do hinduísmo, assim como outras ritualísticas que contenham as plantas de poder consideradas ‘enteógenos’.

Fisicamente essas substancias enteógenas tem a capacidade de expandir a capacidade neural, proporcionando a capacidade efetiva de experimentar a sensação e manipulação de energias antes sutis a capacidade humana. Com isso a oportunidade da aproximação das energias divina é facilitada e palpável. Existem estudos que determinadas substâncias enteógenas conseguem auxiliar a cura de doenças degenerativas neurais, desenvolver a habilidade de conversação entre os lobos cerebrais e até mesmo incitar a produção de novos neurônios.

Lagrimas de Shiva
Certa vez em uma meditação a fim de criar uma forma de acabar com um Asura, Shiva permaneceu durante mil anos com os olhos abertos em contemplação. Seus olhos sofreram no processo e lagrimas caíram no chão, dando origem as sementes de Rudraksha (aksha significa olho).

Quando meditamos, o Asura que nos confronta é o Ego (ou Madu, que significa mel, pois o ego é igualmente doce). E a intenção da longa meditação de Shiva era encontrar uma forma de derrotar o asura. Através da contemplação e do desapego Shiva encontrou o caminho para a Agoura, a arma chamejante que nos auxilia nesse processo. O próprio buscador deve chegar ao objetivo através dessa arma do desapego.